A mãe natureza lhe pregou uma peça e de uma hora para outra suas roupas ficaram estranhas? Calma, em tudo se dá um jeitinho...
Até outro dia, sua única preocupação na hora de se vestir era não misturar xadrez com floral e nem usar os conjuntinhos que sua avó deu de presente quando você tinha oito anos. Mas, sorrateiramente, a mãe natureza lhe pregou uma peça e, quase como a Lindsay Lohan em “Sexta-feira Muito Louca”, você acordou com os seios do tamanho dos da sua mãe e o quadril tão largo quanto o da Shakira. Agora, a bermuda do colégio parece uma indecência e as roupas que as suas amigas usam – e que ficam bem nelas – deixam você estranha, quase vulgar. E agora?
Se esse primeiro parágrafo foi escrito para você, primeiro, fique tranquila. A adolescência tem a mania mal educada de entrar na vida de uma garota sem avisar – e, às vezes, escolhe um alvo entre um grupinho de amigas para atingir primeiro, obrigando a felizarda a sair correndo para comprar absorvente, marcar a sessão de depilação, procurar roupas maiores e, em alguns casos, improvisar maneiras de disfarçar a alteração. “Quando essa mudança se dá muito rápido, antes das amigas, pode assustar e se tornar uma experiência desagradável. Aí, a menina passa a usar só roupas largas e que não mostram muito o corpo”, explica Ângela Seger, psicóloga e professora da PUC-RS.
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Mas, uma vez que a mudança aconteceu, o jeito é se adaptar a ela. “É preciso entender que esse é um período de transição para a vida adulta em que ocorrem mudanças emocionais e nos relacionamentos. O corpo é a mais visível das etapas”, diz Ângela. “A menina precisa trabalhar os sentimentos relacionados à mudança, ter espaço para falar sobre isso, descobrir como lidar e entender que aquele corpo é dela”.
Para ajudar na aceitação do corpo de mulher, o psicólogo e professor da PUC-MG Antônio Favaro Coppe dá uma dica. “A transição pode ser angustiante porque a menina acaba parecendo o que não é. Mas quem tem certeza do que é não vai ficar preocupado em atender um padrão externo nem vai ter medo dos olhares dos outros. Vai saber lidar com isso”, afirma. E sugere: “Às vezes a menina fica com vergonha do corpo, mas em outras, aproveita que cresceu para se destacar nos esportes, como basquete”.
Adaptando o guarda-roupa
Se o desenvolvimento do corpo é a etapa mais visível do momento de transição da infância para a adolescência, a primeira questão que surge quando ele muda é: o que vestir? É hora de comprar roupas na sessão para adultos das lojas de departamentos? É melhor usar peças bem folgadas para não ficar vulgar? Ou vamos ignorar tudo isso e deixar o sutiã para depois dos 15?
A consultora de imagem Ana Cury tem experiência no assunto. Além de trabalhar com moda, ela tem uma filha de 12 anos que se passaria facilmente por uma adolescente de 16. “As amigas usam shortinho, tomara-que-caia, e nela fica exagerado”, conta. Por isso, ela, junto de Bia Paes de Barros, colunista da revista Caras e consultora de empresas como o canal Multishow e as marcas Spezzato, e Giuliana Romano, dão onze dicas de estilo para meninas com pouca idade e muito corpão:
1. Cuidado para não virar uma minimulher. “A minimulher usa roupas com corte e modelagem para mulher adulta, só que no tamanho P, porque já tem o corpo desenvolvido”, diz Ana Cury
2. Shorts e saias precisam aumentar. O que antes era micro, tem que virar mini, para não ficar vulgar
3. Tudo bem usar minissaia, mas, nos pés, aposte na sapatilha em vez do scarpin de salto
4. Essa vale para quem tem muito busto e para quem tem só um pouquinho: sutiã, sempre! Todos os dias! Para todas as ocasiões!
5. O biquíni vai precisar de um upgrade. “Ele tem que ser maior para não virar um fio-dental quando a menina se movimenta”, explica Ana
6. Para quem tem muito busto, o melhor é não usar grandes decotes e evitar o canoa, que aumenta os seios. Pode apostar em regatinhas com jaqueta jeans por cima
7. Tudo o que é superjusto realça volumes, então, a dica é não aderir à moda bandage
8. Quer seguir as tendências? Bia Paes de Barros recomenda o estilo romântico. “Rendas, florais, minissaia com top soltinho, tecidos mais finos, jeans clássico... Tudo isso tem a ver com a idade”, diz a personal stylist
9. Não tente se esconder atrás de camisetas largas. “Quanto mais larga a peça, mais gordinha a menina vai parecer”, alerta Bia
10. Nada de usar roupas de senhorinha para não se sentir vulgar. Saia-lápis, trench coat, cardigãs e peças mais clássicas devem passar longe do seu guarda-roupa e do seu corpo!
11. Não tenha medo de ousar. “Aproveite a idade para brincar com cores e estampas”, incentiva Bia.
